Cada ser
humano é único. O bom funcionamento do organismo depende de todos os seus órgãos
e tecidos, ou seja, é um conjunto, nada funciona de maneira independente.
Assim, a boca faz parte desse conjunto e para uma atenção à saúde odontológica
eficiente é necessário a interação da odontologia com as outras áreas
profissionais, como pediatria, nutrição, geriatria, neurologia, psiquiatria, fonoaudiologia,
fisioterapia, pedagogia, psicologia, entre outras. Até mesmo a interação dentro
da odontologia, entre as especialidades odontológicas existentes.
O profissional cirurgião-dentista deve ter o conhecimento científico, a técnica mas também o “olhar” para o paciente como um todo, reconhecendo os riscos à saúde do mesmo, para que possa orientá-lo, encaminhá-lo, de acordo com as necessidades que lhe são apresentadas.
Então, por
exemplo, quando o profissional observa que seu paciente apresenta erosões
dentárias, precisa investigar a causa. Pode ser um caso de anorexia, onde o
regurgitamento ácido leva à danos nas superfícies dentárias. Será preciso
orientar o paciente. O cirurgião-dentista não irá tratar a anorexia, mas agirá
de maneira multidisciplinar, encaminhando-o ao médico. Assim, o tratamento odontológico será efetivo. Ou, por exemplo, o
paciente tem a prótese dentária terminada, pronta, tudo de acordo com as
técnicas, perfeitamente adaptada aos elementos bucais, seguindo os padrões
funcionais e estéticos mas o paciente não consegue utilizá-la, e mais, em seu
histórico já passou por diversos profissionais, já teve outras próteses e não
se adaptou. É preciso o “olhar” além, é preciso entender que de repente o
paciente não superou a perda de seus elementos dentários, então, irá precisar
de um auxílio psicológico de modo a aceitar a prótese e ter sua saúde bucal
devolvida.
Em
prevenção, não adianta chegar para o paciente e simplesmente dizer que não pode
fazer isso ou comer aquilo... É preciso o diálogo, é preciso mostrar ao
paciente o porquê, fazê-lo compreender a relação de terminados alimentos e demais
fatores que interferem na saúde bucal, é preciso educá-lo em saúde. Não adianta
impor um tratamento sem que o paciente esteja completamente ciente de sua
responsabilidade, de sua parte no bom prognóstico. E isso pode envolver outros
profissionais já que o paciente não é só “boca ou dentes”.
O
profissional cirurgião-dentista deve agir na sua área, dentro de suas
capacidades, respeitando a ética e ter uma postura multidisciplinar, reconhecer
os seus limites e buscar auxílio, sempre que necessário, com outros colegas de
profissão e profissionais de outras áreas para o bem estar, para o bem da saúde global do paciente. Certamente que com tal postura a relação
profissional-paciente só tende a ganhar!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
:-) Agradecemos sua participação!